Direito de Família na Mídia
Tem pai que é mãe
17/09/2008 Fonte: AndiTrocar a fralda do bebê e levantar várias vezes à noite para conferir a temperatura, preparar a lancheira da criança e voltar a estudar matemática para ensinar o filho. Esses e outros cuidados, rotina geralmente das mães, agora fazem parte do cotidiano de muitos homens que, sozinhos, criam seus filhos.
O número de pais solteiros aumentou 28% em pouco mais de uma década, segundo estudo sobre a desigualdade de gênero e raça divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 1993, a proporção de famílias formadas por pai e filhos era de 2,1%. Em 2006, pulou para 2,7%. O crescimento é pequeno, mas sinaliza uma transformação importante: os homens têm assumido a responsabilidade pela criação das crianças e brigado na Justiça pelo direito ao trabalho e ao prazer da convivência diária.
No Brasil, o processo de adoção é o mesmo para casais, mulheres ou homens solteiros. Para a advogada carioca Fátima Araújo, especializada em direito familiar, o juiz só nega a adoção se achar que o homem não terá condições de criar a criança. A grande diferença, contudo, ainda é no âmbito do trabalho. A licença-paternidade é de apenas cinco dias e a dificuldade para se ausentar quando o filho está doente é enorme.
"Revista Isto É, Adriana Prado e Suzane Frutuoso - 17/08/2008"